01 março, 2020

Fogo furioso


a juventude
todas as carnes tesas
todas as peles lisas
toda desejo e impulso
tudo pulsa e amanhece
em luz e frescor
a juventude é bela
como nenhum deus foi
e como é feia a velha
pele descamada de um corpo
quase morto
mas
como é bela a feia
pele povoada por profundos
sulcos e barbas grisalhas
não pelos pelos nem pela
pele em si mas pelas marcas
da fúria do movimento
imperceptível de um corpo
que (ainda) vive


poema do e-book nAve aleatória

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O engenheiro onírico

Quando eu era menino, adorava brincar de carrinho.  Então, construía estradas, pontes, estacionamentos, postos,  calçadas e ruas, tudo muito...