Por Franco Átila O evangélico (uma versão brasileira do protestante), como toda boa ovelha cristã, deve amoldar seu espírito à ordem social vigente. Max Weber já observou como o espírito protestante (disciplinado, trabalhador e ascético) se conforma bem à racionalidade burguesa, em contraste com o catolicismo, cuja função era moldar o espírito para a cosmovisão feudal do medievo. Se o catolicismo sempre foi estranho ao capitalismo (não foi coincidência que a rebeldia religiosa mais contundente contra o capital, a Teologia da Libertação, tenha nascido no seio do catolicismo), o protestantismo e seu descendente latino-americano, o pentecostalismo evangélico, têm exatamente a função de moldar/escravizar o espírito à sociedade capitalista. Trata-se portanto de fazer o espírito se curvar à dominação social exercida no interior de outra cultura, a moderna, moldada desde as entranhas pelo capital. Há algo extraordinário nesta dominação, que nenhuma outra cultura, nem as primitivas, nem