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Mostrando postagens de março, 2023

A vida e a poesia

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Se enveredam num caminho que se enrosca morro acima dando voltas e mais voltas e não se volta Às vezes há desvios com promessas de atalhos e nos devolvem ao mesmo  repisado caminho Veredas urdidas com o tempo não se para ou se desatam os nós cegos que nos atam Nada ensinam nem nos salvam às vezes vislumbramos o silêncio perfumado de um jardim na nuvem alta antes de escorregarmos no cascalho da estrada  e darmos com os burros n'água ou cairmos de cara no chão se dermos sorte e não nos despencarmos do paredão

Um livro de ontem

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Ando lendo poetas estaduais de uns tempos atrás... Agora,  por exemplo, tenho um livro à mão escrito por um concidadão (sem nomes, por favor!). Ó Deus! Tantos clichês! Não é que ele seja um poeta muito ruim, percebe-se ecos e sombras de algum grande poeta. Bom leitor, esse meu conterrâneo de outrora, mas seus sons e imagens não  me cheiram tão bem. Há exagero quando caberia rigor e vazios onde cairia melhor um desatino. Um descompasso  de tempo e espaço, alguma coisa que não se encaixa. Apenas um mediano artesão, niilista e pagão, medíocre epígono provinciano, um entre tantos... Ó Deus! Quanta tinta em vão! Naldo Goyazes, Goiânia,  22 de março do ano da graça de 2063. NOTA HISTORIOGRÁFICA sobre o livro a que se refere o poema acima . Este humilde historiografista apurou que o poema "Um livro de ontem" se refere,  sem nomear milagre nem santo,  ao livro intitulado   Um dia de segundos , da lavra de  um infiel cujo  nome ou alcunha era  Wilton Cardoso  ou, talvez,  Franco Átil

O emissário do caos II

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há um abismo sem sentido e por assim dizer natural que nos leva a crer  nos deuses que criamos eu trago a palavra e o silêncio desse abismo ancestral que nos traga   há um outro abismo cavado à força de cavalos mecânicos com almas mercantes que nós mesmos criamos como se tirássemos o chão já frágil do sentido e da vida com as nossas próprias mãos na palavra que falo e na pausa que me cala eu trago também  esse abismo de cifras que nos traga eu sou a voz dos dois abismos ninguém quer ouvir o que eu digo fecha os olhos e ouvidos Homem face a face com o abismo (Susano Correia)

O emissário do caos

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  Fecha os olhos E ouvidos Ninguém Quer ouvir o que eu digo Pois por dentro e por fora Sou fea figura E a minha voz impura É de ator canastrão Talvez Haja algo que valha Na palavra que trago Não  Eu sou a voz do abismo O abismo  Sem sentido Que nos traga Fecha os olhos E ouvidos

poema/so(pro)

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grito

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há um silêncio que dorme sob as águas do poema                                                e grita ao ruído surdo das ruas                                              uns raros mergulham e beijam sua boca repleta de palavras que clamam                                              em silêncio                  despertam loucos (loucos de poesia) vislumbram a loucura          da vida normal que se leva                    e nos leva                                       ao abismo (sem água ou        grito)                                   da morte                     de tudo o que é humano   O Grito (Edvard Munch)  

tempo-sal

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por que   você sente sau   dades do tempo perdido   que você acha   que foi fel   iz   ?