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Mostrando postagens de agosto, 2019

Não culpe os economistas pela bagunça

Da série capitalismo em agonia Este texto é um comentário ao artigo “ Culpe os economistas pela bagunça ” de Binyamin Appelbaum, publicado recentemente no GGN. O artigo de Binyamin Appelbaum ilustra um erro clássico de julgamento, baseado no sucesso distributivo provisório dos anos dourados do capitalismo, que duraram de 1945 a 1975, quando os países do Primeiro Mundo conseguiram colocar 2/3 da população na classe média e proporcionar uma pobreza "digna" para o terço restante. Para o autor, a culpa pelo fim deste sucesso foi um erro político dos governos, somado à ganância das corporações, principalmente da banca, que promoveram a ideia dos economistas (neoliberais principalmente) em favor do crescimento dos lucros a qualquer custo. Mas em meados da década de 70 realmente havia uma crise de lucratividade em todo mundo ocidental, cuja expressão foi uma estagflação prolongada. Ora, sem lucratividade, o capitalismo não é capitalismo. O que os economistas neoliberais sug

Liberais, conservadores, progressistas e ativistas

Da série "Capitalismo em agonia" O capital em si é uma grandeza abstrata e cega, cuja finalidade última é a expansão ilimitada de si mesmo. Neste aspecto, é o valor que se valoriza, O valor, por sua vez, é uma grandeza dada pela quantidade de tempo necessária para um trabalhador produzir uma mercadoria. Por isso, o capital, em última instância, é trabalho acumulado, trabalho morto. Como o trabalho é uma relação social, em consequência, o capital também o é. Ou melhor, o capital é a forma social estruturante da sociedade moderna, que molda todas as relações sociais, as instituições e também a subjetividade dos indivíduos. Estes, quando agem no mercado, seja como proprietário ou trabalhador, devem agir encarnando o sujeito automático, que é o próprio capital subjetivado. No ensaio O capital é masculino vimos que as características intrínsecas ao sujeito automático encarnado na pessoa são a racionalidade instrumental e a competitividade , qualidades percebidas, desde antes