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Mostrando postagens de março, 2021

lá entre nós

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como ser louco dentro se dentro está vazio cheio somente de contas bolsos e cifras no cio? ah! mas há um outro dentro dentro do dentro (ou ao lado sabe-se lá) uma sombra cheia de monstros que volta e assombra o centro e arromba as portas do mundo o poeta é um louco                                    agora                                               da boca                                                             pra fora

cá entre nós

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Decalcomania - René Magritte os poetas são pessoas normais carro cachorro supermercado bom dia tudo bem como vai só uns poucos centímetros fora do centro sensível alma que- brada demais o poeta é só                  um desses              loucos        para dentro

Capitalismo e (não) sentido

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Vazio pós-moderno O vazio psíquico pós-moderno, a sensação de que a vida que se vive não tem sentido humano, nada mais é que a plenitude do Capital, da alma adestrada como sujeito automático, voltada primariamente para a produção de valor. O vazio humano da pós-modernidade é a realização plena do Capital. Certamente não há sentido no universo e a Terra é um escuro cisco esférico perdido em meio a bilhões de galáxias. Não há, tampouco sentido no interior deste pequeno cisco em que vivemos. A Natureza por acaso nos gerou e nos desconhece completamente. Mas o ser humano é um ser de sentido. A consciência é um animal à caça de sentidos e, ao mesmo tempo, uma fábrica de significação. As pessoas inventaram os deuses para preencher o mundo de sentido, para fazer sua existência ser mais que um simples existir casual. O capital talvez seja o primeiro Deus criado pelos homens que esvazia o mundo de sentido e converte homens e natureza em instrumentos para reproduzir sua forma quantitativa e abst

os mortos se amontoam

Wilton Cardoso · Os mortos se amontoam o fascismo fascina contagia as gentes e a pátria apática não decifra as cifras das frias telas do agora em trevas: píxeis piscam milhares de olhos tolhidos de brilho gráficos gritam as vozes pálidas agora apátridas a pátria o logro do ogro um campo de corpos onde os mortos se amontoam os mortos se amontoam os mortos se amontoam os mortos se amontoam os mortos se amontoam os mortos se amontoam os mortos se amontoam numa montanha de mortos

O Deus-Natura, a Dádiva e o Capital

Da consciência do Deus É preciso acabar com alguns preconceitos acerca dos deuses. Um Deus não precisa saber do outro e de si. Não é necessário que tenha consciência, que seja piedoso ou perverso, moral ou imoral, como Espinoza já demostrou. Um Deus não deixa de sê-lo por ser inconsciente, como é o caso do Capital. Consequentemente, esse Deus é  amoral, indiferente e frio ao devorar seus filhos (nós) para se reproduzir, isto é, para permanecer idêntico a si. Da eternidade do Deus Um Deus também não precisa ser eterno, ou melhor, ele precisa ser “eterno enquanto dure”, como diria o poeta. A estrutura a que chamamos capitalismo é histórica. Ela emerge, como proto-capitalismo no fim da Idade Média e se consolida como estrutura acabada na Inglaterra da Revolução Industrial, para se expandir e tomar o mundo todo nos próximos séculos, graças a superioridade técnico-militar dos povos mercantilistas e capitalistas em relação aos outros, não capitalistas. O Capital é um Deus recente, cujo nasci

As pessoas não sabem do seu Deus

As pessoas não sabem do seu Deus Não há evidências de que existam deuses sobrenaturais e os que neles creem se fiam na fé para afirmarem sua existência e poder. Marx, no entanto, provou a existência do Capital como motor imóvel (Deus) do capitalismo, descobrindo, inclusive suas leis tendenciais que a história não cessa de confirmar. Descobriu, portanto, a estrutura (capitalismo), seu centro (Capital) e sua gramática (leis). Mas quase ninguém, principalmente os economistas  do sistema, sabe ou quer saber da verdade sobre Capital, essa forma social que funciona efetivamente como um Deus cego, abstrato, quantitativo e voluptuoso. Quase ninguém quer ver esse sujeito automático que nos moldou à sua imagem e semelhança e nos move desde o fundo da alma. Um Deus inventado por nós, como todos os deuses, mas que, mais que os outros, efetivamente dá forma e movimenta o nosso mundo de acordo com sua vontade. O primeiro Deus que existe objetivamente e de forma autônoma dos seres humanos e que, por