Reza vermelha

Cada cristão sua cruz,
cada povo sua esfinge.
 
Se eles têm Moisés e Jesus
também temos nosso judeu,
maluco beleza barbudo
prevendo futuros de abismos
que desabam neste agora
arruinando os paraísos
propagados pela (publi)cidade,
arruinando a felicidade
eterna da (pós)modernidade
com a força dos terremotos
e a surpresa dos meteoros.

Cada cristão sua cruz,
cada povo sua esfinge.
 
Se eles têm Moisés e Jesus
também temos nosso judeu
com sua fé profunda no Deus,
mas em vez de adorar esse Deus
nosso santo judeu O pragueja
e nos prega o abandono do Deus.
Ó filho bastardo de Germânia e Judá!
Ó filho herege da sacra burguesia!
Ó excomungado que é nosso guia!
Ó pecador d'alma odiado das gentes
e que amamos tanto! Ó profeta
escatológico da crise e do chash,
acusador do cu sujo do Deus
das cifras e suas cagadas fétidas
que infectam a alma do povo,
que rapam a pança do povo,
que trincam a esperança do povo!

Cada cristão sua cruz,
cada povo sua esfinge.

Se eles têm Moisés e Jesus
também temos nosso judeu
se lançando a desertos modernos,
desafiando $ibilina$ $erpente$,
nos alertando da Esfinge fingida
que nos tenta com ouros e mirras
e nos incensa de lírios narcisos,
mas que do fundo da alma malvada
nos fita com olhos ferinos
e em meio a saliva e ironia
sua bocarra nos desafia
a nós gentio mui devoto
de Nossa Senhora da Mercadoria:
 
ou me de$
ou os devoro.

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