Xepa geral

O mundo em clima de xepa
De feira fim de festa
Tempestades de raiva
No calor infernal das cidades

O mundo que resta é rio quebradiço
Sem fonte ou sentido de mar
Marquises desabam
Nas calçadas da feira
Nas cabeças que passam
Uma leve lembrança
Um paraíso esquecido um sabor de niilismo
Na maçã do rancor
Caída
Entre barracas e moscas
Rolando lambuzada
Num apocalipse de piche

Xepa do mundo fim de feira
Reses caídas
Nas grotas de algoritmos
Ao ritmo das vitrines
Reses perdidas
No labirinto de espelhos das trocas
De olhares moedas e modas

Narciso surdo narciso
Narciso surdo e cego
Narciso despenca um mundo
De água e você vidrado
No espelho quebrado da fonte
Que não existe mais
Ou houve somente em eco?

Fonte arrastada no enxurro
Da xepa das feiras de tudo




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