29 novembro, 2017

Paisagem muda

O lote limpo dos detritos,
retângulo de concreto
entre três muros
e a calçada.

Quem quer se lembrar
da dor que irradia
da cápsula ao corpo,
do corpo à alma?

Do muro dos fundos
um grafite grita
a dor soterrada
no concreto do lote.

Um grafite grafa
as letras de Leide
que não vai mais andar
em nossa cidade.

Só um grafite
(arte de negros)
corta o silêncio
de concreto do lote

e desenterra a dor
(grito invisível)
dos que não têm voz.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

O engenheiro onírico

Quando eu era menino, adorava brincar de carrinho.  Então, construía estradas, pontes, estacionamentos, postos,  calçadas e ruas, tudo muito...