Pobres modernos perdidos no impasse das palavras a cada poema o fim da linha cada passo a um passo do abismo. Do silêncio do livro o poeta grita à multidão de surdos: o mundo está moribundo o sentido é absurdo o buraco não tem fundo se eu me chamasse Raimundo... A solução seria rimar o branco da página com o niilismo do não? Pobres modernos poemas tão belos mas ermos, enfermos fragmentos de fina ironia labirintos em volta do vácuo ecos sem voz de fato sombras de nenhuma Ideia. Mais um gole e se acabou palavras não dizem mais nada absintos de Rimbaud. Pobres modernos este vai ser mesmo o último não há motivo pra mais tudo já foi dito. Amanhã o poeta se trai e mais um poema floresce na vida que se esvai.
ao Eduardo companheiro de limbo Oito horas numa sala com ar condicionado olhando para uma tela: sistemas, processos, planilhas... Ó pão nosso de cada dia! Ó cálice que não se afasta! E a alma condicionada geme em silêncio: amém! Oito horas numa cela não é para minha natureza seria para a condição humana de alguém?
o que sobra de ti se derrama se esparrama lava e lama o que sobra de ti são os porres o porre dos bares o porre de um filme uma canção a arte que for o porre de um pôr do sol entre os prédios e o porre total da porra do amor
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