Idílios de um burocrata febril
Do ebook Pretextos marginaus de 2004 Passar as tardes longe vendo o vidro mostrar-me o lento fluxo de tempo e a chuva chegando. Esquecer todos os mandachuvas volver-me todo – e só sei se entregar-me se tragar-me até o último pulso – ao luxo de um frêmito de vácuo. Caos e acaso, miríades, ninguéns acolhei estas ondas quase domadas quase concêntricas em si (mim) lançai-as ao descompasso anexato do fluxo desta chuva. Não reconhecer-se esquecer todos os abismos apagar as cismas soltá-las, prisma cacos, nacos de lembranças refugadas. Num cisma nego-me e pego apenas penas flutuantes amantes de uma lua de rua. Chuva jamais me houve. Estar doente tem suas vantagens de ver assim meio de esgueio gente, bicho, coisa assim querendo cair a gente atravessa o mundo de lado meio deslumbrado, meio soçobrado a vida trisca num quase num se ou numa frase nem doída nem satisfeita. Viver doente, empestado ou demente assim meio sem jeito, é feito fazer de qualquer ponto da vida uma tangente. Aqui d