era claro baixo barbado
pés no chão sujo esfarrapado
podia ter a idade de cristo
pedia moedas
bêbado
pros motoristas parados no sinal
dia desses
enquanto cambaleava entre os carros
apertava uma narina com o polegar
e escarrava com força pela outra
uma gosma grossa esverdeada
tossia catarro
cuspia
praguejava impropérios contra a praga
sai de mim coisa ruim
os motoristas não o viram mais
nem deram falta
19 abril, 2018
13 abril, 2018
O Messias
Um ódio se gesta de longa data (anos, décadas, séculos) no útero podre de certas massas claras e esclarecidas: batinas, ternos, togas e fardas.
Um ódio vem à luz num momento de brecha, a ocasião faz o parto, o ódio dentro já está feito.
Um ódio cresce e se espalha, câncer, vírus, capim, pasto de bois de todas as raças. O ódio já não é só branco e instruído, é negro e também pobre e cristão. O ódio ama as pessoas de bem e combate a corrupção.
O ódio quer um inimigo para ferrar-lhe a fogo a marca do corrompido, para regozijar-se com sua dor, prisão e humilhação. O ódio festeja a morte, o ódio deseja o ódio, o ódio quer ser mais ódio, até o puro ódio, até não restar vestígio do inimigo: corpo, alma, lembrança.
Enquanto ataca e destrói, o ódio corrói
dentro (sem ser visto)
a alma do que odeia,
até não restar nada
de nada,
nirvana do fascismo.
Um ódio vem à luz num momento de brecha, a ocasião faz o parto, o ódio dentro já está feito.
Um ódio cresce e se espalha, câncer, vírus, capim, pasto de bois de todas as raças. O ódio já não é só branco e instruído, é negro e também pobre e cristão. O ódio ama as pessoas de bem e combate a corrupção.
O ódio quer um inimigo para ferrar-lhe a fogo a marca do corrompido, para regozijar-se com sua dor, prisão e humilhação. O ódio festeja a morte, o ódio deseja o ódio, o ódio quer ser mais ódio, até o puro ódio, até não restar vestígio do inimigo: corpo, alma, lembrança.
Enquanto ataca e destrói, o ódio corrói
dentro (sem ser visto)
a alma do que odeia,
até não restar nada
de nada,
nirvana do fascismo.
04 abril, 2018
O marxismo não é uma teoria econômica
Por Franco Átila
É um engano achar que as categorias marxistas fundamentais, valor, mercadoria, trabalho e capital, são estritamente econômicas. Estes conceitos visam explicar não só a economia capitalista, mas o principalmente as “maneiras de ser” do homem na sociedade capitalista. Por isto os críticos do valor as denominam “formas sociais”, pois elas dizem respeito à cultura, no sentido antropológico do termo.
Valor, trabalho,mercadoria e capital formam o chão social no qual nasce e cresce o homo economicus ou homem moderno, o ser humano típico da sociedade capitalista global. Estas categorias precedem e condicionam os valores e a visão de mundo do homem moderno. Se elas são categorias imediatamente econômicas, não é porque o marxismo privilegia a economia em detrimento das outras esferas da vida humana. É o capitalismo que transforma os objetos, a natureza e as pessoas em coisas econômicas, instrumentais, mensuráveis e homogêneas, cuja medida última é o capital.
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