Multidões,
vagam sós pelas redes, ruas,
mercados, shoppings, rodovias...
Carregam o desejo infinito de mais, sempre mais.
A vida se esvai
e a multidão, que não sabe de si,
se entrega ao trabalho incessante
de seus corpos contagiados pela devoção
da devoração do mundo
e de si mesmos.
Os zumbis perdem partes de si
perdem os seus, a alma e o mundo
e não sentem dor.
Perdem a beleza, derretem, despencam de si
e não se sentem feios
nem belos.
Perdem o prumo, o sentido, a lembrança
e não sentem o nada
imenso que os habita.
Autômatos perfeitos,
os zumbis não sentem o mal
nem o bem,
nem a solidão que se expande na noite
sem lua e estrelas de seu espírito ausente.
Não sentem nada
a não ser o desejo infinito de devorar(-se),
de gastar(-se) mais
e mais
01 janeiro, 2017
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O engenheiro onírico
Quando eu era menino, adorava brincar de carrinho. Então, construía estradas, pontes, estacionamentos, postos, calçadas e ruas, tudo muito...

-
Aura que bela palavra! Mística, aérea, etérea alvorada da vertigem d'alma. Mão, rosto... o corpo à esquerda me formiga. Fornicam na cabe...
-
não queira que eu esteja aqui não queira que eu seja agora saber-me inteiro não queira coisa que nem mesmo eu quis há tantas metades minhas ...
-
Há os que limam ferozmente as palavras embora mintam que o fazem pacientemente. Há os que se deixam tomar pela ferocidade do verbo crendo (...
Nenhum comentário:
Postar um comentário