Por Franco Átila O zumbi dos filmes trash não são a única metáfora do capital. A ficção científica é, na modernidade, o correspondente às narrativas míticas das antigas civilizações. Isto porque o tempo da modernidade é o futuro, como observou bem Octavio Paz. Esta temporalidade mítica que aponta para o futuro não é casual, mas o correlato do tempo histórico do capital, que deve se acelerar sem parar, pois a única forma do valor manter sua valorização infinita é o constante aumento de produtividade, que implica em inovação tecnológica permanente e, consequentemente, mudanças velozes do mundo do trabalho e do lazer, das visões de mundo e comportamentos. Para se reproduzir, o capital exige do ser humano um desprendimento do passado e do presente e um lançar-se contínuo no futuro. Na passagem do século XX para o XXI surge o filme Matrix. Nele, os humanos reais estão hibernando em campos de cultivo, para que as máquinas extraiam deles energia elétrica para seu funcionamento. Para