é preciso estar dentro do tempo soçobrar e delirar ao mesmo tempo e no mesmo universo dos astros que povoam nosso céu pop & cosmológico de estrelas sem fim estar agora saber que agora todos os agoras são atravessados de precário pelos séculos dos séculos antes e depois deste momento não há nada que não seja movimento nada permanece em si tudo está fora de si não há nada mais fora da hora que pensar em versos sobre a antietern idade do universo este poema se des faz em mi l ped aços arbitrá rios ao capricho de um cand ido epígono (po p)d i l u i dor de tu do se des faz em l e t r a s balbu cio de am or ou brincade ira de cria nça pueril po e ira em forma de po esia á r i a á r i d a espaços vazios de uma galáxia um des erto ou á tomo ou alma de um roma ntico senti mental em certos assuntos (em est éticas & práticas po éticas) pertencer à primeira metade do século XX é estar mais próximo do século XIX ou XV ou de dante & ovídio & homero do que deste momento pop pós-meta físico em que nada res ta resta nos então la mentar di ante da per versidade da vora cidade da eletri cidade que nos cerca nos suf oca no ag ora mas por que lamentar querendo ex tar estrela eterna num pass ado que não vou ta mais ? que tal vez nunc a h ouve na face da t erra ? é preciso estar errar so rrir chorar esc rever vi ver mer gul ha do no d e n t r o m a i s d e n t r o d o m o m e n t o nas margens do dentro
o caos avança nas ruas o caos avança nas casas zumbis vagam o deserto de asfalto ferro e cimento ávidos por um trabalho ávidos por um salário anseiam uma chuva de crédito para a colheita nos shoppings e um farto supermercado se as bocas repetem que sim à espera de dias melhores os olhos se afundam no chão por dentro uma chuva de lágrimas inunda o deserto das almas de frio ferrugem e pó os zumbis e seus corpos lentos lentos seus pensamentos se perdem apodrecendo no inferno de ferro e cimento o caos avança nos corpos o caos avança nas mentes à velocidade da luz
Há quem pense que o poeta pensa.
Ele não pensa, costuma ser um desastre intelectual.
Há quem pense que o poeta é um erudito refinado...
Outros, este não, este é só
um vagabundo da cultura. Ardiloso,
se passa por douto.
Há quem pense que o poeta tem o poder
de sondar os abismos da palavra,
da alma e da cidade dos homens,
quando apenas vaga perdido na superfície dos mares
como um pirata vil e violento, sedento
por roubar o tesouro dos homens
e torrá-lo em orgias nababescas.
Há quem pense que o poeta é sensível…
Isto ele é, mas sem sutileza.
Sim, o poeta é sensível,
de uma sensibilidade brutal.
é pobre porque não estudou
não estudou porque não quis
sem teto sem terra? sem vergonha
isso sim, sanguessuga safado
quer tudo de mão beijada
tá precisando é de uma enxada
lugar de nordestino é no nordeste
de mulher é em casa
de pobre é na faxina
de bandido é no xadrez
ou no além
bala nos filhasdaputa
só podia ser preto
não vem pedir dinheiro aqui não
seu/sua vagabundo(a) de merda
trabalhar cê não quer não né?
vira homem, sua bichinha
sodomia é pecado, dá inferno
sangue de Jesus tem poder,
faz milagre, o Espírito Santo
me abençoou com a prosperidade
cresci por mérito próprio
minha vida é trabalhar
sou cumpridor dos deveres
e horários, eu pago as contas
em dia e os malditos impostos
que o governo rouba ou dá
pros vagabundos do bolsa família
encherem o rabo de pinga
tudo que tenho é presente de Deus
agradeço a Ele e a minha família
que eu amo de coração, o dinheiro
é importante mas o principal
é ter amor no coração
eu tenho