Os iconoclastas modernos são crentes involuntários
“Tudo que é sólido se desmancha no ar”. Sob o capitalismo o tempo histórico se acelera de tal forma que a mudança se torna rotina. Ciência, técnica, vida cotidiana, costumes, moral, visões de mundo, tudo se encontra em permanente transformação. No campo do pensamento não é diferente, a começar pela filosofia que demoliu a teologia e, num processo de revolução interna permanente, demoliu todas as sua ontologias, criticando impiedosamente o pensamento do Ser, da Estrutura, da Razão, do Sujeito e da Ideia. Nas esteira dos demolidores do Ser da filosofia, cujo maior representante é Nietzsche, todas as humanidades e ciências sociais recusaram o pensamento do Ser, seja ele anterior à modernidade, que se afirmava explicitamente como grande narrativa, sejam o que surgiu no seu decorrer, como o marxismo e a psicanálise, que se propunham escapar das armadilhas ontológicas do Ser. Os intelectuais do pós-modernismo, auge da crítica e demolição do ser, reprovavam as ideias de Marx e Freud que, sob