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Mostrando postagens de julho, 2018

Nós, as pessoas de bem

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Música: Burguês (Wander Wildner) In Declamações Sujas

O tio

Ao tio Zé Gomes (in memoriam) Figos no tacho, fervem nuvens na tarde escura de Morrinhos. O tio falastrão quase não fala, perdido entre as cobertas puídas da cama puída no quarto quase vazio.         Os tios         não eram eternos? As rachaduras do casebre em ruínas, o olhar perdido do tio não me conhece mais, o silêncio, o silêncio, uma nuvem carregada de silêncio se abraça ao aroma doce de figo         Os tios         não eram eternos e despenca um mundo de água (de infância). Poema do e-book nAve aleatória

moça

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Versão visual do poema "moça" do e-book mundos pequenos sonhos

Matrix e a dominação abstrata do capital

  Por Franco Átila O zumbi dos filmes trash não são a única metáfora do capital. A ficção científica é, na modernidade, o correspondente às narrativas míticas das antigas civilizações. Isto porque o tempo da modernidade é o futuro, como observou bem Octavio Paz. Esta temporalidade mítica que aponta para o futuro não é casual, mas o correlato do tempo histórico do capital, que deve se acelerar sem parar, pois a única forma do valor manter sua valorização infinita é o constante aumento de produtividade, que implica em inovação tecnológica permanente e, consequentemente, mudanças velozes do mundo do trabalho e do lazer, das visões de mundo e comportamentos. Para se reproduzir, o capital exige do ser humano um desprendimento do passado e do presente e um lançar-se contínuo no futuro. Na passagem do século XX para o XXI surge o filme Matrix. Nele, os humanos reais estão hibernando em campos de cultivo, para que as máquinas extraiam deles energia elétrica para seu funcionamento. Para