Caraminholas na cabeça do menino aluado

Como é  que existe algo
se não era de haver nada,
nem este gato, átomo,
galáxia nenhuma, nem Deus,
nem a ideia de Deus; sequer
este pensar que não há 
de haver deuses, coisas, nadas...
nem este poema que quase
não existe? 

Mas há!
 
E se houvesse um outro
universo no multiverso,
o inverso do espaço-
tempo do existir, 
(não) onde só há o Nada?

E se numa dessas jornadas
de versos ao infinito
das caraminholas que eu
empreendo sempre, eu
caísse nesse outro
universo vazio, eu
me afundaria no Nada
ou não? Ou eu
adoeceria o Nada
de (eu) existir?

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