os poetas são pessoas normais carro cachorro supermercado bom dia tudo bem como vai só uns poucos centímetros fora do centro sensível alma que- brada demais o poeta é só um desses loucos para dentro
Pobres modernos perdidos no impasse das palavras a cada poema o fim da linha cada passo a um passo do abismo. Do silêncio do livro o poeta grita à multidão de surdos: o mundo está moribundo o sentido é absurdo o buraco não tem fundo se eu me chamasse Raimundo... A solução seria rimar o branco da página com o niilismo do não? Pobres modernos poemas tão belos mas ermos, enfermos fragmentos de fina ironia labirintos em volta do vácuo ecos sem voz de fato sombras de nenhuma Ideia. Mais um gole e se acabou palavras não dizem mais nada absintos de Rimbaud. Pobres modernos este vai ser mesmo o último não há motivo pra mais tudo já foi dito. Amanhã o poeta se trai e mais um poema floresce na vida que se esvai.
o horror o horror ó Palestina a mãe procura os cadáveres dos filhos sob os escombros o choro da menina de pele queimada a morte ao vivo nas telas da internet o horror que se repete e se repete e se repete armênios Gueto de Varsóvia Auschwitz os genocídios de russos e chineses Vietnã Camboja Iraque Sudão Líbia Síria Iêmen tantos outros novo milênio século XX Modernidade tantos indígenas africanos orientais ó Palestina sois todos eles agora sois a síntese de todos massacres condensados no circo de horrores de Gaza não entra comida ou remédio só o ódio irremediável dos soldados e a chuva de bombas sobre casas e escolas hospitais e mesquitas não há refúgio ou descanso em Gaza onde as pessoas morrem agora de morte matada por bomba ou
ao Eduardo companheiro de limbo Oito horas numa sala com ar condicionado olhando para uma tela: sistemas, processos, planilhas... Ó pão nosso de cada dia! Ó cálice que não se afasta! E a alma condicionada geme em silêncio: amém! Oito horas numa cela não é para minha natureza seria para a condição humana de alguém?
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