Não sei viver.
Por muito tempo
pensei ao menos
poder saber
o que é a vida.
Poemas, ensaios, reflexões solitárias,
pensamentos atabalhoados e obsessivos,
rotinas massacrantes, pequenas vaidades e vícios,
vivências incompletas, anos e anos de má prática de vida
me conduziram a uma única certeza: ninguém sabe
o que é a vida.
A vida é uma coisa... qualquer coisa.
Uma das poucas coisas que aprendi
nessa epopeia perdida
é que a vida é cinza,
noite nublada, céu de chumbo, chão lunar,
a vida... monotonia monocromática
pincelada de lágrimas.
Aprendi também que de vez em quando
e quase que por acaso
(no sorriso de uma criança
no resmungo rabugento de um velho
numa conversa entre amigos
na lembrança que vem
e se vai como um raio
no caminhar a esmo pelas calçadas
no vento que entra pela janela
da casa abafada
no cachorro que se coça
no gato que dorme
no cheiro de café que vem da cozinha
na nudez da amada...)
brota
no solo cinza da vida
uma flor colorida
frágil
breve
linda
linda de morrer
alegria de viver
15 janeiro, 2019
Ruído cinza
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